domingo, 15 de fevereiro de 2009

DEPRESSÃO - ESTRUTURAS DA PERSONALIDADE, TIPOS DE PERSONALIDADE, PERSONALIDADE NEURÓTICA, PSICÓTICA, BORDER, NARCISISTA, PARANÓIDE, ANSIOSA


A personalidade na depressão

Algumas pessoas respondem melhor do que outras a certos acontecimentos traumáticos, possuindo uma personalidade com uma estrutura mais forte e resistente. Neste capítulo, explicaremos este processo através de uma abordagem psicodinâmica. Esta não é aceita de forma unânime, nem está isenta de possíveis falhas. Mas, fundamentalmente, apresenta-nos uma visão de conjunto válida. Antes de mais nada, é preciso definir previamente alguns conceitos essenciais para a sua correta compreensão.

A descoberta do inconsciente
Para Freud, a doença faz parte da forma como o ser humano, concebido como um todo, se expressa. Uma parte significativa desse todo é constituída pelo inconsciente. Este é difícil de identificar, já que permanece oculto ou disfarçado: é alheio à consciência e ao pensamento racional e, por isso, não pode ser decifrado nem decodificado através da lógica.
No cotidiano, é o inconsciente quem nos faz dizer coisas como: “não sei o que se passou, mas acabei fazendo isso” ou “não costumo reagir assim, mas não consegui evitar, saiu de dentro de mim”. Este impulso, apesar de, com freqüência, ser reprimido ou negado, revela o inconsciente em plena ação, o qual não se deixa vencer com facilidade. Mais cedo ou mais tarde, volta à carga e, nessa altura, pode reaparecer sob a forma de sintomas que lhe servem de cortina e dissimulam a sua presença. Tudo o que foi reprimido acaba retornando.
O nosso inconsciente alimenta-se e forma-se a partir de todas as experiências passadas, das vivências dolorosas que, por serem intoleráveis, vão sendo reprimidas ou negadas e apagadas da memória consciente. Como é óbvio, esta capacidade de repressão não é igual em todos os indivíduos: depende da estrutura da personalidade de cada um.
Ao longo do tempo e da experiência de vida, as pessoas podem ir tomando consciência do seu inconsciente ou, melhor dizendo, de fragmentos dele. Isso pode acontecer, por exemplo, após uma leitura ou alguma discussão séria. Estas tomadas de consciência nunca são fruto do acaso, mas sim de um certo esforço. Exigem uma busca de verdade e lucidez em si próprio, o que implica sempre empenho e determinação. De fato, não é fácil a pessoa se encarar e, por vezes, a tentação de não pôr fim a isso tudo é muito grande.

A estrutura da personalidade
O termo ‘estrutura’ refere-se à forma como a personalidade se organiza. Em geral, tal estrutura é relativamente estável e consiste em:

– mecanismos de defesa pouco variáveis;
– uma concepção da realidade e uma atitude em relação à mesma;
– um determinado grau de evolução dos desejos e temores.

Para compreendermos melhor em que consiste a estrutura da personalidade, é válido recorrer a uma comparação do próprio Freud: se deixarmos cair no chão um fragmento de mineral cristalizado, observaremos que se parte seguindo linhas determinadas pela estrutura interna específica do tipo de mineral, que não é visível a partir do exterior. Algo semelhante acontece com a estrutura mental ou psíquica, que obedece a uma constituição bem determinada.
Em situações normais, esta estrutura é duradoura, específica e indivisível. Mas pode bastar um acidente, uma descompensação, para que um olhar mais atento detecte as falhas entre os diferentes elementos da personalidade.

O que é descompensação?
Trata-se da quebra do equilíbrio entre a valorização da própria pessoa (valorização narcisista) e a valorização do exterior (valorização do objeto), que se produz no seio de uma personalidade basicamente estável. ‘Objeto’ é tudo aquilo sobre o qual uma pessoa deposita o seu amor e interesse, ou seja, aquilo que valoriza. Tanto podem ser pessoas, como atividades, lugares ou mesmo ideais políticos, culturais ou religiosos.
A descompensação pode conduzir ao desmoronamento total, exatamente aquilo com que nos defrontamos numa situação de depressão. Produz-se, então, uma redução ou perda da valorização:

– narcisista – a pessoa já não gosta de si mesma e deprecia-se constantemente;
– do objeto – deixa de se interessar pelas suas atividades habituais, bem como pelos seus familiares e amigos, em relação aos quais, por vezes, demonstra uma clara hostilidade.

Os diferentes tipos de personalidade
Em termos psicodinâmicos, existem três estruturas básicas de personalidade: a neurótica, a psicótica e a borderline ou limítrofe. Mas, antes de detalharmos as suas características, iremos descrever a personalidade que, de forma mais simplista, denominamos ‘normal’ – aquela que apresenta uma estrutura basicamente equilibrada.

A personalidade normal
A estrutura mental de um indivíduo depende da sua história pessoal. Imagine uma pessoa que conseguiu passar pelas diferentes etapas de evolução da infância sem problemas e que teve a sorte de seus pais ou educadores terem lhe dado a oportunidade de se expressar e, ao mesmo tempo, terem sabido mostrar-se firmes e exigentes quanto ao respeito de certos limites. Essa pessoa tem tudo a seu favor para gozar de um bom equilíbrio psicológico e de uma estrutura de personalidade sólida.
Além disso, é capaz de adaptar as suas respostas em função das circunstâncias e dos seus interlocutores. Por exemplo, perante um indivíduo agressivo, uma pessoa equilibrada pode decidir responder no mesmo tom, não reagir ou mesmo rir da situação. No entanto, a pessoa psicologicamente desequilibrada sente-se provocada e pode responder logo com um tom agressivo. Esta agressividade lhe é imposta, o indivíduo não a controla e, como tal, não tem a capacidade de escolher a sua resposta, sofrendo com esta falta de alternativas. Outro exemplo: uma dona de casa cuja estrutura de personalidade seja do tipo obsessivo não consegue deixar de ser perfeccionista e limpar até aquilo que não está sujo. Se não o fizer, sente-se culpada, pois é dominada por uma ânsia de perfeição.

A estrutura neurótica
Para compreender melhor em que consiste uma estrutura de personalidade neurótica, lembre-se de que, antes de chegar à idade adulta, uma criança passa por diferentes etapas de maturação psicológica, em particular, a fase do chamado complexo de Édipo.
Entre os três e os cinco anos de idade, ela entra em confronto com o progenitor do mesmo sexo, considerando-o um rival, e deseja expulsá-lo de casa para não ter de dividir com ele o carinho e a atenção do progenitor do sexo oposto, que representa tudo para a criança. Nesta altura, ela entra numa fase triangular: mãe-filho-pai. A partir desse momento, vê-se obrigada a contar com um terceiro, que se intromete e quebra a harmonia que existia entre ela e (no caso de se tratar de um menino) a mãe. Quando o progenitor do mesmo sexo consegue se impor com firmeza e ao mesmo tempo com carinho, a criança deixará de querer dominar o progenitor do sexo oposto e de exigir deste uma disponibilidade permanente.
Uma atitude adequada do progenitor do mesmo sexo (o pai, no caso de se tratar de um menino) conduz a duas conseqüências positivas:

– a criança abandona a falsa idéia de que a mãe está a seu serviço;
– o outro progenitor renuncia ao errado pressuposto de que é tudo para seu filho.

Quando esta fase decorre sem problemas, a criança esquece a sua rivalidade e deixa de ser agressiva para com o progenitor do mesmo sexo. Contudo, paradoxalmente, agora quer ser como este, identificando-se com a sua figura. Esta identificação é uma das bases essenciais de uma personalidade sólida e equilibrada. Neste caso, a criança pode empreender o caminho para a sua autonomia: sente vontade de resolver os seus próprios problemas e procurar atividades que aprecie. Aprende ainda a esperar pela satisfação dos seus desejos, enquanto antes queria tudo imediatamente.
Porém, se a fase de Édipo não acontecer da melhor forma, corre-se o risco de que a criança fique agarrada aos seus problemas de rivalidade, sendo neste momento da evolução que surge a estrutura de personalidade neurótica. A criança irá conservar uma tendência para a inveja e os ciúmes e, quando for adulto, é provável que continue vivendo num permanente clima de rivalidade com os que o rodeiam.
São várias as situações que podem explicar o fracasso da boa resolução da fase edipiana. Veja algumas das mais freqüentes:

– o progenitor do mesmo sexo não está presente na família (pode estar separado, divorciado ou ter morrido) e o outro não fala sobre ele. Por não dar à criança nenhuma explicação, esta acaba por não entender o que aconteceu. Eventualmente, algumas crianças que se encontram nesta fase começam a acreditar que o progenitor do mesmo sexo foi embora ou morreu por sua culpa. Por isso, é muito importante lhe dar todas as explicações de que necessitem, para que não desenvolvam um sentimento de culpa desnecessário.
– o progenitor do mesmo sexo está presente fisicamente, mas divorcia-se do seu papel e deixa que toda a responsabilidade da educação dos filhos recaia sobre o outro progenitor.
– a relação entre o casal é tensa e utilizam a criança para se chantagearem mutuamente ou como ‘saco de pancada’ para os seus problemas, descarregando nela todas as tensões acumuladas. A criança manipulada desta forma acaba por sentir que não presta para nada. Assim, será ainda mais difícil para ela viver e superar esta fase, já bastante dura.
– o progenitor do sexo oposto, seja por despeito ou falta de ocupações, centra-se demais no seu filho. Considera-o quase como propriedade sua, superprotege-o e educa-o sempre na ansiedade de um possível distanciamento ou separação. Este tipo de relação dual é nefasta para a criança e o seu posterior equilíbrio. Além disso, torna-se muito mais difícil para o outro progenitor ocupar o seu lugar e conduzir a criança à fase triangular necessária, já que o objeto de amor de um dos pais não é o seu cônjuge e sim o filho.
Durante a adolescência, os problemas da infância reaparecem e podem tornar o adolescente mais vulnerável, ainda mais porque se encontra em plena transformação: está à procura de si próprio, tentando compreender a sua identidade e o que será no futuro. Também está tentando cortar o cordão umbilical, uma vez que começa a sentir que já é independente dos pais. Mas esta tarefa não é nada fácil. Por um lado, o adolescente ainda está muito unido aos pais e continua a ser muito influenciável. Por outro, embora precise do carinho e da atenção deles, já não se sente à vontade para lhes pedir isso, como quando era mais novo. Nessa altura, pode esconder-se por trás de uma máscara de aparente insensibilidade e indiferença.
Ao não reconhecerem aquele que ainda consideram o seu ‘pequenininho’, muitos pais sentem-se desconcertados. Estão perante um comportamento que já não sabem interpretar. No fundo, não imaginam o que se passa por trás da máscara. Nesse momento, o perigo reside na falta de diálogo ou mesmo no afastamento afetivo entre pais e filho (por meio de sentimentos negativos como raivas ou desilusões). No outro extremo, os pais podem enveredar pela superproteção do adolescente. Nenhuma das atitudes promove o desenvolvimento psicoafetivo adequado ou contribui para a satisfação das verdadeiras necessidades do jovem.

A estrutura psicótica
O termo ‘psicótico’ tem uma conotação negativa. Para a população em geral, a palavra evoca loucura e, com freqüência, confunde-se com a esquizofrenia, sendo esta última uma das mais graves doenças mentais.
Devido a esta fácil confusão de termos, é preciso, antes de tudo, compreender que existem pessoas com uma estrutura psicótica e que, nem por isso, são ‘doentes mentais’. De fato, muitas vezes as personalidades psicóticas desfrutam de um equilíbrio mais estável do que as de estrutura neurótica. As personalidades psicóticas reagem dividindo a realidade em compartimentos, ou seja, separando os vários aspectos das suas vidas, de forma a não se deixarem invadir pelos seus problemas, nem serem absorvidos por estes. Graças a este mecanismo de defesa, a sua liberdade não é prejudicada, pelo menos aparentemente. Estas pessoas preocupam-se pouco com o que os outros pensam sobre elas e com a imagem que possam transmitir e suportam bem a solidão. Além disso, ligam-se facilmente ao seu inconsciente e às suas fantasias, possuindo uma grande capacidade de abstração e criação. Deste modo, não é de se estranhar que criadores de todo o tipo, filósofos e artistas tenham ou tenham tido uma personalidade psicótica.
Normalmente, quando há uma descompensação e surge uma depressão numa estrutura psicótica, estão associados distúrbios de identidade e uma fragmentação da personalidade. Já não se trata de “eu me odeio, tenho nojo de mim”, típicos da personalidade neurótica, mas sim de “já não sei quem sou, tenho a sensação de estar dividido”. Também podem surgir idéias de destruição, ruína e morte. Por vezes, a visão da realidade deforma-se e, então, a pessoa constrói uma realidade subjetiva (fruto da sua imaginação), que pode desembocar em delírio.
A personalidade psicótica surge após algum trauma sofrido numa idade precoce, não raras vezes durante o primeiro ano de vida. Na verdade, esse primeiro ano é fundamental para o futuro psicológico, já que é durante esses meses que se constrói o narcisismo, ou seja, o amor por si próprio e a auto-estima, elementos essenciais para o equilíbrio do indivíduo. Será possível viver feliz, comprometer-se e tomar iniciativas se, na base da personalidade, existe um narcisismo ferido, que não permite que a pessoa tenha confiança em si própria e ponha constantemente em questão o seu direito de existir e ser como é? A noção que a pessoa tem de si mesma é permanentemente negativa e destruidora. Neste caso, é muito difícil gostar de si própria e mesmo dos que a rodeiam.
As situações e os acontecimentos traumáticos que podem levar à personalidade psicótica são, entre outros:

– separações regulares ou muito prolongadas, durante as quais se deixa a criança num ambiente pouco afetuoso e sem capacidade de previsão do reencontro. Um período particularmente vulnerável decorre até o oitavo mês de vida, já que é nessa altura que o bebê experimenta a angústia de estar separado da mãe.
– alternância entre frustrações e gratificações, ambas muito exageradas e sem lógica. Isso é muito desconcertante para a criança: a impede de aprender a antecipar as reações dos seus pais, que são imprevisíveis e extremas.
– situações de carência afetiva, nas quais, consciente ou inconscientemente, a criança é privada de cuidados materiais e de carinho (crianças maltratadas, subnutridas, etc.).
– situações em que os pais não projetam na criança uma visão positiva de si mesma, criticando-a constantemente. Este tipo de atitude é muito freqüente entre os pais deprimidos e decepcionados com eles próprios e que, por qualquer razão, não querem admitir o seu estado.

A personalidade Borderline
Além de personalidade borderline (termo em inglês que significa fronteiriço, ‘no limite de’ ou ‘próximo da fronteira’), esta estrutura também tem sido relacionada a personalidades “desapegadas”, com a consciência de um vazio afetivo interior crônico e incapacidade para sentir e passar emoções ou ainda de personalidade “como se”, “pseudo”, aludindo à capacidade da pessoa de ‘fazer de conta’. Seja qual for a denominação, a realidade é que este tipo de estrutura está presente em muitos dos deprimidos crônicos, que não conseguem ser autônomos nem dar um sentido à sua vida.

Características
Na teoria psicanalítica, o ‘eu’ (ego) é a parte da personalidade que tenta gerir e alcançar um compromisso entre as outras duas facetas: o ‘id’ (reserva de impulsos agressivos e sexuais) e o ‘super-eu’ (ou superego, ou a nossa censura) (consciência moral construída a partir das normas educativas).
O “eu”, cuja missão consiste em levar a cabo essa união, tem, além disso, de enfrentar a realidade. Um “eu” forte consegue conciliar as três facetas e chegar a um compromisso satisfatório para o sujeito.
Nas pessoas que apresentam uma personalidade borderline, o “eu” é indeciso, está desorganizado (apesar de não muito) e pouco estruturado (embora não esteja de todo mal). São personalidades a que poderíamos chamar de ‘ordenadas’ e que, de fato, precisam ser tratadas com delicadeza para que não se ‘desordenem’. Estes indivíduos necessitam do apoio e da aprovação constantes dos outros para se sentirem seguros quanto à sua imagem e às suas capacidades.
A identidade de quem tem personalidade borderline flutua, já que se constrói por contágio e imitação. Por isso, estas pessoas evitam, à todo custo, a solidão e participam, sem hesitar, de atividades sociais ou esportivas (onde o grupo é sinônimo de segurança). De qualquer forma, tendem a não sair de um tipo de relação prudente e superficial. Por serem muito dependentes das realidades externas, são hipersensíveis e têm grandes dificuldades em estabelecer uma distância adequada entre elas próprias e os objetos que valoriza. Como não têm muita auto-estima, qualquer aproximação íntima demais desencadeia uma reação de defesa, porque se sentem divididas entre o medo de um ataque por parte do outro e a sua profunda necessidade de obter a sua proteção. Em síntese: dada a sua necessidade insaciável de afeto, a pessoa com personalidade borderline se esforça ao máximo por seduzir; mas, quando o objeto da sua atenção se aproxima, com o seu lado frustrante ou exigente, ele preocupa-se e afasta-se por não sabe lidar com a frustração ou desencadeia um quadro de fúria e descontrole, uma verdadeira explosão colérica.
Do ponto de vista narcisista, a personalidade borderline é incapaz de abrir mão do seu ‘apoio’, ou seja, do seu protetor. Quando este se ausenta, não consegue se desligar dele. Por isso, a pessoa se sente constantemente ameaçada e angustiada diante da idéia de perder o seu apoio.
A angústia difusa, vaga, é o traço mais constante de quem apresenta uma personalidade borderline. Daí o risco de depressão. Frente a esta ameaça, a pessoa recorre a defesas antidepressivas, como comportamentos otimistas, alguma aceleração psíquica e bom humor. Contudo, estas ‘armas’ só servem para enganá-la. Já os que a rodeiam sentem, com freqüência, alguma confusão causada pelas suas alterações de humor e pela rapidez com que essa reação otimista pode azedar ao menor contratempo.

A história pessoal
Estudos sobre este tipo de personalidade também evidenciam uma ambivalência nas mensagens que a pessoa foi recebendo ao longo da sua educação: os pais tanto foram protetores como ameaçadores, tanto fáceis de satisfazer como insaciáveis. Este tipo de pais leva a criança a convencer-se de que, enquanto (e só enquanto) permanecer no círculo familiar, estará segura.
A angústia da criança nasce de uma ameaça não explícita: “se quer se arriscar fora da família, tome cuidado. Nunca estará tão bem como com a gente”. A criança não se atreverá a desafiar este conselho, embora não verbalizado, nem a dar os seus primeiros passos de autonomia fora da família. Deste modo, não terá a oportunidade de viver os problemas próprios da sua idade, muitas vezes duros e cruéis, mas necessários para consolidar a sua personalidade. Se a auto-estima já falha nesse momento, não é de se estranhar que, mais tarde, o adulto precise de um aporte contínuo de gratificações provenientes do exterior.
Neste tipo de estrutura, enquanto a vida não apresenta obstáculos, não se revelam sintomas de forma muito evidente. Mas, quando ocorre algum trauma, como a perda do objeto de amor (um ente querido, o emprego ou o status social), se produz uma descompensação e, à tristeza da perda, junta-se uma ferida narcisista. É nessa altura que pode surgir a depressão.

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