sábado, 7 de março de 2009


'TDAH NA ESCOLA - COMO LIDAR COM CRIANÇAS DIFÍCEIS?

“Um dos principais problemas observados no processo pedagógico são os comportamentos inadequados de alguns alunos nas diversas atividades escolares. O despreparo dos docentes para lidar com os conflitos que surgem nas salas de aula também contribui para a configuração do quadro. Além disso, geralmente, a proposta educacional da escola prevê um único tipo de enquadramento dos alunos no processo pedagógico. Por não se adequarem ao padrão pedagógico convencional, é comum que alunos com TDAH reajam negativamente, tornando-se inadequados. ”(Faustino Reis e Pompêo de Camargo, 2006).

Não há dúvidas quanto à importância do ambiente escolar para a formação e qualidade de vida da criança. A responsabilidade das Instituições de Ensino vai muito além do cumprimento do conteúdo programático exigido. Escola e Educador precisam estar atentos e comprometidos com o aluno, saber o seu nome, quem são seus pais, como ele se comporta na aula e assim por diante. Somente conhecendo bem o aluno, poderá o professor detectar precocemente qualquer mudança de comportamento ou algo estranho que ele venha a apresentar, inclusive nos casos de maus-tratos, onde a criança pode chegar machucada na escola ou simplesmente mudar o comportamento, ficando desatenta, inquieta ou sonolenta na aula. A Escola tem a obrigação de proteger o aluno, mas ela precisa contar com profissionais preparados para lidar com questões delicadas, como é o caso de crianças portadoras de transtornos mentais.
Os programas de apoio à família são altamente eficazes, reforçam o “vínculo família-escola” e promovem a saúde escolar, levando a um aumento significativo do comprometimento entre professor e aluno. É urgente que cada escola tenha um profissional qualificado para mediar “situações-problemas”, tão logo ocorram.
Quando uma criança causa problemas em sala, podemos nos deparar com situações “desconfortáveis”, como é o caso de crianças com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, que são geralmente inquietas, impulsivas e desatentas, deixando o professor sem saber o que fazer. Escolas mal informadas não sabem que a condição é um transtorno mental que precisa ser diagnosticado o quanto antes, uma vez que o tratamento precoce é bastante eficaz.
Entretanto, como falamos anteriormente, as comorbidades são freqüentes no TDAH, agravando o quadro e complicando o tratamento. Cerca de 30% dos casos não se beneficia do tratamento medicamento sozinho. A criança vai precisar da avaliação e tratamento com outros profissionais.
Também não podemos dispensar o tratamento aos pais, para reorganizar a dinâmica familiar que muitas vezes é caótica nesses casos. Igualmente, a avaliação dos professores daquela criança é preciosa e não pode ser dispensada. Mas parece que às vezes fica mais fácil achar que o filho é preguiçoso, rebelde e teimoso ou botar a culpa nos pais ou na escola.
A verdade é que não sabemos lidar com crianças difíceis. Vamos arregaçar as mangas e ir à luta, pois as crianças precisam de nós, do nosso empenho e de que acreditemos num futuro melhor para elas.

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