sábado, 7 de março de 2009


AUTO RELATO DE UMA LEITORA:
Idade: 39
A vida é assim mesmo...(ainda bem que não acreditei nisso)
"- ... É estou aqui novamente, mais uma vez recomeçando minha vida. Acho que o grande lance da vida é poder recomeçar sempre que achar necessário já perdi as contas de quantas vezes RECOMECEI...
Quando me deparei há dois anos atrás com a possibilidade de sofrer de Transtorno de Déficit de Atenção, confesso que senti certo alivio, pois estaria explicando tantas coisas, inclusive as “Não Terminadas”..(risos). Mais mas uma vez estava enganada, digo isso pois os ENAGANOS com diagnóstico me acompanham a muitos anos, podemos dizer que mais ou menos há 35 anos. Começou na infância e pelo que vejo perdurou até a vida adulta.
Terapia? Várias
Psicopedagoga? Sim.
Mudança de Escola? Várias
Psiquiatras? Muitos
Empregos: Inúmeros.
Problemas na escola: Incontáveis, se hoje estou formada agradeço a infinita paciência dos meus Pais, que jamais deixaram desistir.
Um pena que não pude aproveitar o curso que fiz na faculdade da forma que poderia. Bom, continuando, o médico que me acompanhava na época em que desconfiei do Transtorno de Déficit, descartou a hipótese e como já estava em tratamento com ele e confiava achei que estava certo. Mas o tratamento não evoluía...
Acho interessante que o diagnóstico Ansiedade é igual Virose, não sabe o que é já diagnostica como Ansiedade. Fui tratada a vida inteira como uma pessoa muita ansiosa e o resultado deste tratamento foram 30 kgs a mais; baixo rendimento escolar e profissional e um custo mensal de quase 400,00 reais mensais de remédio. E para não melhorar nem 50 % do esperado.
Você muda de médico, muda de medicação, muda de escola, muda de trabalho, tenta tudo que lhe indicam e nada, nada funciona como deveria.
Você se sente um E.T na Era da Globalização. Aí você começa a desanimar, desistir e achar que você é assim mesmo e terá que aceitar a vida desta forma. Ah eu também escutei muito isso em terapia, “A vida é assim mesmo...”
Foi de grande valor esta informação, pois diminui bastante o custo com tratamento, parei a terapia. Informando que desde os 12 anos de idade faço terapia, então acho que entendo um pouco como funciona um processo terapêutico.
Com tantos tratamentos você acaba conhecendo toda a família dos anti-depressivos, estabilizadores de humor, ansiolíticos e ai vai, aumenta dose, retira remédio, acrescenta um diferente e o máximo que você percebe é que sua libido desapareceu, suas roupas encolheram absurdamente.
Neste ponto o comprometimento que tudo isso causou em sua vida são incontáveis, profissional, pessoal, emocional, social e todos os AL’s que conhecemos por aí.
Então um dia disse CHEGA, não quero mais viver desta forma, isso não é vida, eu mão mereço sofrer deste jeito e ter que aceitar tão passionalmente.Bom foi quando uma pessoa aconselhou ir a um Neurologista e sem querer acabei dando risada, pois também já tinha passado por essa especialidade, mas mesmo assim a pessoa insistiu e eu resolvi tentar.
Nesta altura do campeonato o que tinha a perder? Nada. Comecei a pesquisar alguns nomes na Internet e com a ferramenta maravilhosa de busca apareceu novamente em minha tela: Transtorno de Déficit de Atenção. Pensei não é possível, será?
Achei um artigo de uma Psiquiatra do RJ ( a quem devo toda a minha gratidão) onde descrevia exatamente como eu me sentia.
Chorava copiosamente, eram todos os sentimentos misturados: Raiva, Indignação, Alivio, Desespero e por aí vai. Imediatamente liguei para os meus pais que acompanham esta minha luta e ao lerem o artigo ficaram impressionados com tamanha semelhança com a minha história...
Isso ocorreu em Janeiro de 2009 e até a consulta com o Neurologista no inicio de Fevereiro chorava copiosamente todos os dias.
Conversei com o meu médico Homeopata e ele disse que tinha tudo haver com o meu quadro quando leu o artigo.
No início de Fevereiro fui a consulta com o Neurologista e contei toda a minha longa trajetória e mostrei o artigo que havia encontrado sobre Déficit de Atenção e ele nem pestanejou: Você possui Déficit de Atenção desde a infância e infelizmente nunca foi diagnosticado. Ele ainda perguntou: Nunca desconfiaram? Eu disse: Não, apesar de eu ter levantado a hipótese.
Após um 1 mês iniciei a medicação, pois ele achou prudente primeiro desintoxicar da medicação anterior.
Começo a sentir pequenas diferenças, estou no inicio, dando os primeiros passos, mas um pouco mais confiante na minha intuição.
Foi ela que nunca deixou que eu desistisse da vida, pois vontade não faltou.
Este depoimento é um desabafo, um alerta para todas as pessoas que desconfiam que tenham ou que alguém próximo tenha: Não desista, confie na sua intuição, pois sem o tratamento correto a VIDA TORNA-SE INSUPORTÁVEL.
Agradecimentos:
Aos meus Pais (meus tesouros mais preciosos),
a minha coordenadora ... (que me acolheu e entendeu a minha dor e dificuldade)
ao meu médico homeopata (MC) que me ouviu chorando desesperada tantas vezes,
ao meu Neurologista (Dr. FW) que acreditou na minha desconfiança de ser Déficit,
e principalmente a Deus que de tão teimoso e amoroso não deixou que eu cometesse uma besteira.
Agradecimento Especial: A Dra. Evelyn Vinocur pelo excelente artigo, foi através deste que consegui resgatar a vontade de viver novamente!

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